sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Na escuridão

Era cedo e o sol ainda se preparava para acordar quando a nuvem negra cobriu a luz na janela. Os olhos se fecharam e embevecida de seu próprio veneno esqueceu estar viva.
Os desejos não atendidos já pulsavam moribundos, afinal, de que adiantavam tantos pensamentos? Para que serviam idéias que apenas passeavam em sua mente? Sonhos rejeitados antes de serem sonhados? Ousadias reservadas à própria intimidade?
Mas ela pensava...
Pensava... Até sentir de novo o bafo da noite e ver o céu anunciar mais uma chance de ser feliz. Afinal era apenas ali, em meio aquela escuridão, que ela era capaz de existir. Era na escuridão que seus pensamentos ganhavam formas, cores e cheiros. Que seu mundo existia.
Era na escuridão que ela era...

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